Pouco mais de um mês daquele 02 de Outubro inesquecível para muitos, inclusive para mim, no Espaço das Américas, onde o apocalipse aconteceu, o Slayer lança o registro definitivo da sua turnê final: o álbum ao vivo “The Repentless Killogy (Live At The Forum in Inglewood)“.
Primeiramente, é preciso dizer que a banda ao vivo tem uma energia inigualável, é direta e reta, com Tom Araya falando muito pouco com a platéia, algo que funciona muito bem nesse estilo de banda, onde não precisam de muitas palavras para convencer.
Gravado em 2017, na Califórnia, o show mostra um público animado, mas nada comparado ao frenético público sul-americano, ou seja, Brasil, Argentina, Chile e tal, onde realmente deveria ter sido gravado o registro ao vivo.
Os clássicos da banda estão presentes, juntamente com outras faixas mais recentes do álbum “Repentless” (2015), como a faixa-título, “When The Stillness Comes“, “You Against You” e “Cast The First Stone“, que funcionam muito bem ao vivo.
Mas o que é inegável, é a energia destruidora dos clássicos, “War Ensemble“, “Hell Awaits“, “South Of Heaven“, “Raining Blood” e “Angel Of Death“, no momento da execução dessas faixas, não há um ser vivo que teve a oportunidade de ver a banda que não se vê revivendo aquele momento no show.
Agora, um ponto negativo é a mixagem. Cara, como escolheram mal a mixagem do álbum, um som que fica variando, com picos de volume das guitarras, onde a bateria fica quase inaudível. Há momentos onde os pedais duplos deveriam ter destaque onde o som deles simplesmente some e, em geral, a bateria de Paul Bostaph está sem peso na audição, parece que foi gravada com um microfone bem longe, não fazendo jus ao som dos outros instrumentos.
As guitarras de Kerry King e Gary Holt, uma hora estão mais limpas, em outra estão bastante altas, abafando o restante, o que está perfeita é apenas a voz de Araya, limpíssima e cristalina, mas o seu baixo também está quase inaudível em certas partes.
As faixas dos álbuns onde Paul Bostaph toca, “Disciple” e “Bloodline” e as músicas lado B de “Repentless“, funcionam melhor na mixagem, assim como as faixas mais cadenciadas, como “Mandatory Suicide“, “Dead Skin Mask” e “Seasons In The Abyss“. Mas não se preocupe, esses pequenos problemas não vão tirar a imersão da sua audição.
O legado do Slayer talvez seja um dos mais intocáveis da história da música, vai deixar saudades e fará muita falta no cenário, mas fica a sensação de dever cumprido pela banda. E o melhor é que eu pude ver in loco naquele dia inesquecível.
Formação:
Tom Araya (baixo, vocal);
Kerry King (guitarra);
Gary Holt (guitarra);
Paul Bostaph (bateria).
Faixas:
01. Delusions of Saviour
02. Repentless
03. The Antichrist
04. Disciple
05. Postmortem
06. Hate Worldwide
07. War Ensemble
08. When the Stillness Comes
09. You Against You
10. Mandatory Suicide
11. Hallowed Point
12. Dead Skin Mask
13. Born of Fire
14. Cast the First Stone
15. Bloodline
16. Seasons in the Abyss
17. Hell Awaits
18. South of Heaven
19. Raining Blood
20. Chemical Warfare
21. Angel of Death