Seis anos depois do excelente “Road Salt Two” (2011), a banda sueca Pain Of Salvation está de volta com um dos melhores álbuns de sua carreira. “In The Passing Light Of Day” traz de volta aquela pegada mais pesada que há tempos a banda não usava. A última vez foi em “Be” (2004) ou para os mais exigentes em “Remedy Lane” (2002).
O álbum abre com uma das mais energéticas faixas da discografia do Pain Of Salvation. “On a Tuesday” tem 10 minutos que passam de uma forma tão perfeita que quase não se sente. A faixa parece lidar fortemente com a experiência de quase morte de Daniel Gildenlöw. “Eu fecho minhas mãos, não em oração, não em oração, mas em punhos“. Gildenlöw canta de forma suave, pouco antes da canção explodir em raiva. Em geral, “On a Tuesday” é uma composição que atinge um equilíbrio perfeito entre melodias suaves e agressivas.
“Tongue of God” tem um toque de industrial e começo pesado. Faixa com refrão pegajoso que poderia facilmente fazer parte do álbum “Remedy Lane”. “Meanigless”, primeiro single do disco, tem o refrão dividido com Ragnar Zolberg (guitarrista). Por sinal a faixa é uma versão retrabalhada de uma música da banda anterior do guitarrista, um Rock que consegue levar a cabo toda a estética densa e pesada do álbum.
“Silent Gold” é uma excelente balada de 20 minutos tocada ao piano e com um show de vocais muito bem realizados e emotivos de Gildenlöw. Mas a calma não dura muito tempo, pois “Full Throttle Tribe”, traz a energia e o peso de volta.”Full Throttle Tribes” foi a que menos me agradou no álbum, mesmo assim é uma faixa bem ao estilo da banda, cheia de experimentações inclusive usando elementos de New Metal nos vocais.
“Reasons” traz os riffs mais pesados do álbum, embora seja ironicamente um dos seus temas mais progressivos. Mais uma vez ouvimos o vocal de Gildenlöw explorando o New Metal, aqui sobre assinaturas de tempo estranhas e riffs pesados. É uma faixa intensa e que me agradou muito.
As faixas que abrem o que podemos chamar de segunda parte do disco mudam o ritmo e a sensação geral do ouvinte, pois se tornam mais suaves. “Angeles of Broken Things” é uma faixa sombria com um lindo solo de guitarra. “The Taming of Beast” poderia facilmente ser usada como single e colocar o Pain Of Salvation nas rádios rockers da vida. “If This is the End” é uma balada acústica que acaba por se transformar em uma explosão de violência incrivelmente concentrada, mas parece um prelúdio para o excelente encerramento com “The Passing Light of Day”. Aqui mais uma vez o tema da mortalidade e doença de Gildenlöw volta à tona e a musica é dominada por um baixo e suave canto sobre uma guitarra minimalista e limpa.
Ouvir álbuns de uma banda como o Pain Of Salvation é sempre um prazer diferenciado. “In The Passing Light Of Day” com certeza é um dos grandes álbuns da carreira da banda, que já deveria ser bem mais reconhecida. Recomendo a audição.
Formação:
Daniel Gildenlöw (vocal e guitarra);
Ragnar Zolberg (guitarra e vocal);
Daniel D2 Karlsson (teclado e piano);
Gustaf Hielm (baixo e vocal);
Léo Margarit (bateria e backing vocals).
Faixas:
01 – On a Tuesday
02 – Tongue of God
03 – Meaningless
04 – Silent Gold
05 – Full Throttle Tribe
06 – Reasons
07 – Angels of Broken Things
08 – The Taming of a Beast
09 – If This Is the End
10 – The Passing Light of Day