E eis que em Mossoró, Rio Grande do Norte, surge mais uma ótima banda do underground nacional. Criado em 2015, o Heavenless é formado por Kalyl Lamarck (vocal e baixo), Vinicius Martins (guitarra) e Vicente “Mad Butcher” Andrade (bateria) e executa com primor o Death Metal apresentado em seu álbum de estreia, o ótimo “Whocantbenamed”, lançado este ano.
Antes de falar do disco, é bom destacar sua a capa sombria, que desperta curiosidade para ouvir o trabalho inteiro. Além disso, o encarte é muito bem produzido, tanto esteticamente quanto pela qualidade do material utilizado. As letras das músicas estão bem organizadas e com fonte em tamanho uniforme. Pode parecer algo insignificante, mas tem muita banda que acaba deixando a desejar nesses aspectos.
Sobre o álbum, este abre com “Enter Hades” e seu Death Metal avassalador. Misturando peso com momentos cadenciados, o Heavenless já deixa claro o que o ouvinte encontrará no disco. A gravação está impecável, com todos os instrumentos tendo seu espaço, mas os destaques vão para as linhas de baixo pontuais e a bateria destruidora.
A faixa seguinte, “Hopeless”, segue o ritmo, mas se mostra mais técnica que a anterior, com grandes momentos do guitarrista Vinicius Martins, e as viradas de bateria de Vicente Andrade. Com um clima mais denso, “The Reclaim” é mais cadenciada que as duas primeiras. A faixa acaba refletindo um pouco mais do aspecto visual da capa do álbum na ótima parte inicial. Além disso, o guitarrista Vinicius Martins mostra muita técnica ao longo da execução.
“Hatred” mantém a cadência de “The Reclaim”. Novamente a bateria chama a atenção, principalmente pelas viradas muito bem executadas. “Soothsayer” traz um pouco mais de peso para o disco, aliado às partes mais arrastadas. Alguns dos melhores riffs de guitarra do trabalho estão nesta faixa. O vocalista e baixista Kalyl Lamarck também vem mantendo a qualidade em suas duas funções.
Na sequência, a agressivíssima “Odium”, que conta com uma bateria insana e riffs de guitarra extremamente potentes, fora o solo incrível. Com certeza esta é uma das melhores faixas do álbum. Em “Uncorrupted” o Heavenless mostra um pouco mais de técnica com todos os instrumentos e um vocal que segue em boa forma em todo o disco.
“Deceiver” vai na linha pesada e rápida de faixas como “Odium”, “Enter Hades” e “Hopeless”. Novamente vale ressaltar a bateria e o peso simplesmente destruidor das partes de guitarra. “Point-blank” encerra o álbum com mais peso e agressividade, aliados a momentos mais técnicos, provando que o Heavenless é uma banda que sabe variar o ritmo sem perder a qualidade.
Ao fim de “Whocantbenamed”, é de se imaginar como um trio extremamente talentoso quanto o Heavenless ainda não obteve o devido reconhecimento dentro da cena nacional. Quem ainda não ouviu o grupo potiguar certamente vai se surpreender com as pérolas que podem ser encontradas no underground brasileiro.
Formação:
Kalyl Lamarck (vocal e baixo);
Vinicius Martins (guitarra);
Vicente “Mad Butcher” Andrade (bateria).
Faixas:
01 – Enter Hades
02 – Hopeless
03 – The Reclaim
04 – Hatred
05 – Soothsayer
06 – Odium
07 – Uncorrupted
08 – Deceiver
09 – Point-blank
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9/10