O Hard Rock viveu sua glória nos anos oitenta quando algumas bandas dos Estados Unidos e Europa lotavam estádios pelo mundo. O legado daqueles tempos para a música reflete no surgimento de muitos grupos inspirados na sonoridade e estética de seus ídolos. No Brasil há bandas que tentam “repescar” aquela sensação, mas o cenário local ainda engatinha, mesmo com a febre mundial terminada.
Mas o que ontem foi cercado de glamour e som pesado, hoje se aplica perenemente a bandas como o Dirty Glory que recria em seu “Mind The Gap” lançado em 2015, todos os predicados estéticos e musicais daquela geração extravagante.
O grupo iniciou sua carreira em 2011 e é uma representante à altura dessa magia. Não precisa se esforçar para perceber que Jimmi D.G. (vocal), Dee Machado e Reichhardt (guitarras), Sas (bateria) e Vikki Sparkz (baixo) – que durante as gravações substituiu Vinni Novack – possuem a veia necessária para estarem entre os grandes nomes do Hard Rock brasileiro.
O EP “It’s On!” (2012) marcou sua estreia em estúdio e impressionou com as canções “The Energy”, “Sweet” e “Mr. Jack” que ganhou destaque como videoclipe –, não por acaso, esta última também entrou para o tracklist deste primeiro álbum que, dentre outras, traz “Every Time I Think About You”, single que antecipou sua promoção em 2013.
Mas “Mind The Gap” tem muito mais a oferecer com suas doze faixas festivamente embaladas. Alguns elementos “bluesy” e “country” como na harmônica de “20 Years Of Moving On” e no slide de “Damn The Human Race”, realçam a identidade do quinteto que se mostra competente nas composições.
As execuções podem ser selvagens como em “Sticks And Stones” ou mais comerciais como em “Failing The Test”, mas há aquelas como “Beyond Time” e “Modern Gods” que deixam fluir o “feeling”.
A produção do álbum foi dirigida pelo próprio Jimmi D.G. que trabalhou com Luis Lopes. Sua gravação foi feita no Studio Flapc4, em São Paulo/SP e, com exceção da balada “The Setence”, o disco foi masterizado no BlackBelt Mastering, em Seattle (EUA). O resultado ficou no mínimo excelente, assim como o material físico e ilustrativo.
Bandas como o Dirty Glory são importantes para a diversidade musical do nosso cenário, ainda mais tendo lançado grandes obras. Esperamos que a estrada conduza esses rapazes ao reconhecimento, e que eles encontrem pela frente motivação e sucesso para poderem buscar mais resultados.
Formação:
Jimmi DG (vocal, harmônica e piano)
Dee Machado (guitarra e backing vocals)
Reichhardt (guitarra, guitarra acústica e backing vocals)
Sas (bateria e percussão)
Vikki Sparkz (baixo e backing vocals)
Faixas:
01.Sticks And Stones
02.Failing The Test
03.20 Years Of Moving On
04.Beyond Time
05.Black Lightning
06.Fire
07.Damn The Human Race
08.Every Time I Think About You
09.What’s Her Name Again?
10.Mr. Jack
11.Modern Gods
12.The Sentence
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10/10