Com essa quarta parte, nós concluímos duas rodadas completas ao redor do continente, com a satisfação de ver quanta música extraordinária nossos hermanos estão fazendo.
Triddana – Argentina
O quarteto Triddana faz um Folk Metal da melhor estirpe. Esse é um estilo pelo qual é praticamente impossível não se apegar. As músicas são vibrantes e nos trazem aquele clima de festa no vilarejo, onde podemos nos servir de cerveja, vinho, rum ou sei lá o quê. Um ponto forte do Folk Metal são os refrões e o Triddana os faz muito bem, em suas músicas pontuadas pela presença permanente de uma gaita de fole. Embora seja essencialmente uma banda de metal, o Triddana traz um pouco de AOR e Hard em sua musicalidade, sendo essa sensação reforçada pela voz de Juan José Fornés, que não ficaria deslocado em uma banda de Hard Rock dos anos setenta.
Radical – Uruguai
Pegue o Sodom, da época dos álbuns “Persecution Mania” e “Agent Orange”, e misture com doses maciças de Hardcore. Você irá obter algo próximo ao Radical, banda de Montevidéu, ativa desde 2004, e que está sempre lançando algum novo registro no mercado, sendo o último EP, “Sobrevivientes”, datado de 2013.
Obscura Insania – Venezuela
O trio Obscura Insania, da cidade de Caracas, só tem até o presente momento um registro feito, o álbum “Sodoma”, de 2016, mas que álbum! Stoner Rock na tradição de Kyuss, Queens of the Stone Age e Black Sabbath, com todo aquele clima de caravana que esse tipo de musica transmite. O vocal de Renzo Lucena, transitando desde o suave até o semigutural, é um perfeito complemento da performance da guitarra de Luis Osorio e da batida seca de Ivan Torres Barroyetta.
Procession – Chile
Trata-se de uma fenomenal banda de Heavy/Doom, com dois álbuns lançados e alguns EPs, muito influenciada por Cathedral e com um trabalho de baixo muito acima da média. A faixa “Death And Judgement”, do mais recente álbum, “To Reap Heavens Apart” é uma das melhores coisas que já escutei nesse estilo. Esse é o espírito do Doom Metal para mim.
Hemisphery – Equador
O Prog Metal executado pelo Hemisphery, e apresentado em seu primeiro disco, “Synthesis”, lançado em 2016, é bastante calcado no Dream Theater dos primeiros álbuns, mas com a vantagem de fazê-lo em canções concisas, que não ultrapassam a barreira dos quatro ou cinco minutos, sem sacrifício da apreciação das habilidades individuais dos músicos. Certamente, essa é uma formula que irá segurar a atenção dos ouvintes durante o decorrer de todo o excelente álbum.