Cada ano que se inicia temos novidades vindas do Nordeste, região culturalmente rica e diversificada. O Stonex é uma das grandes potências que têm se revelado por lá. Com bastante atenção e carisma, Mark Hazz (guitarrista) nos concedera uma excelente entrevista falando sobre os trabalhos da banda e como anda a cena do Rock/Metal em sua região. Confira!
RM: Gostaria de início desejar um feliz 2017 há todos da banda. Por gentileza se apresentem e falem um pouco sobre vocês.
Mark Hazz: – Sou guitarrista e fundador da banda e até o momento o principal compositor. Mas o processo de criação é aberto a todos. Estamos juntos há uns três anos com essa formação (a do Ep Seeds of Evil), exceto por Dálvaro Soares, guitarrista, que entrou em agosto do ano passado e agora novamente temos um novo parceiro no baixo, o Alessandro Mongini. Somos uma “gangue” bem estruturada na medida do possível. Tentando conciliar as agendas de trabalho e família de cada um com necessidades da banda.
Adriano Tavares: – Agradecido. Um feliz 2017 a Gleison Jr e Roadie Metal. Sou baterista e junto com Mark Hazz, ajudo a compor e administrar a banda.
Ramon Guerreiro: – Sou vocalista estou há três anos na banda.
Dálvaro Soares: – Sou guitarrista estou a menos de um ano na banda.
Alessandro Mongini: – Sou baixista e mais novo integrante dá banda.
RM: Sabemos que a cada ano a cena nordestina dentro do rock/metal vem crescendo a cada ano. O que se deve a este estouro de bandas por aí?
Mark Hazz: – Vontade e raça. Qualquer cena de qualquer lugar só se sustenta se tiver bandas produzindo, sobretudo material autêntico. Apenas reprodução por reprodução leva à estagnação. Como já não somos garotinhos mas ainda temos a necessidade de criar os nossos próprios espaços e consumir os nossos produtos, seguimos em frente. E, é bem verdade que o metal tem uma capacidade imensa de se reiventar e com isso atrair as novas gerações também.
Adriano Tavares: – Acho que Mark Hazz resumiu tudo (risos). A vontade de criar, produzir e consumir Rock/Metal, este e o fator preponderante do crescimento de bandas na cena nordestina.
RM: O som de vocês pode-se dizer que é bem amplo e variado, passam pelo Hard, Heavy Metal, Progressivo. Vocês gostam de se rotular dentro de um estilo ou preferem deixar a música fluir naturalmente.
Mark Hazz: – Prefiro delimitar uma território sobre como não queremos soar. E dentro disso deixamos a criatividade levar o barco. É obívio que com o consentimento de todos.
Adriano Tavares: – A criatividade naturalmente flui na banda devido ao amadurecimento musical de cada integrante. As influências são muito fortes.
RM: Vocês estão desde 2012 na ativa, qual foi o maior aprendizado desde o início até o presente momento.
Mark Hazz: – Aprendi que uma banda deve funcionar como uma máquina, um relógio… E que as vezes uma peça que se mostra defeituosa ou inadequada deve ser se substituída rapidamente, para que as coisas voltem a correr bem e naturalmente. E sobretudo que quem está em uma banda ou pretende estar, deve gostar do que faz e arcar com as responsabilidades do jogo.
Adriano Tavares: – Em uma banda primeiramente o respeito deve prevalecer entre uns aos outros, o companheirismo, e o mesmo direcionamento.
RM: No início, as bandas sempre passam por instabilidades nas formações, sempre rola aquele entra e sai de integrantes. Isso desestabiliza um pouco o trabalho ou ajuda a encaixar mais as peças.
Mark Hazz: – Acredito na segunda hipótese. À medida que você vai conhecendo as habilidades musicais de cada envolvido, e se você sabe o tipo de som que está em sua cabeça, alguns permanecem e outros ficam na foto ou apenas contribuem até onde podem.
Adriano Tavares: – Como não estou desde do início, vou comentar ate onde estou envolvido (risos). No nosso caso, os novos envolvidos vieram viabilizar o nosso trabalho musical.
RM: O “Abril Pro Rock” é um evento que há muitos anos acontece no nordeste, o mesmo revelara grandes bandas que hoje estão consagradas e algumas até mundialmente. Existem festivais aí no Sergipe ou nas redondezas para que vocês e outras bandas também possam divulgar mais o trabalho?
Mark Hazz: – Sim. O Abril pro Rock já tem uns 25 anos se não me engano. E é uma espécie de vitrine para o mundo.
No passado aqui em Sergipe já tivemos grandes festivais. Mas atualmente o que acontece e em forma de pequenos shows isolados.
Adriano Tavares: – Abril Pro Rock hoje e um evento de referência mundial. Complementando o que Mark Hazz disse, no interior da Bahia uma cidade chamada “Porções” que acontece um festival que esta crescendo a cada ano “Ruidos no Sertão”.
RM: Fato que me agradou muito no som de vocês é a pegada forte que se consiste no “setor cozinha”, o Groove imposto é realmente matador. Fato que de toda banda tem que haver a sincronia pra coisa fluir, pra vocês, onde a banda realmente não pode falhar para que se tenha um bom resultado nas composições de melodias.
Mark Hazz: – Realmente o entrosamento da cozinha era muito forte. Infelizmente devido a alguns desdobramentos internos tivemos que substituir o baixista antigo e original, sem no entanto perder em nada na pegada.
Adriano Tavares: – Um bom entrosamento e uma pegada de baixo e bateria é o fator crucial do resultado das composições. A melodia vem naturalmente. Esse fator não pode falhar de maneira alguma.
RM: Como tem sido a aceitação do público por onde passam?
Mark Hazz: – Temos tido uma boa receptividade por parte da galera.
Nós não queremos reinventar a roda, é claro. Mas o que vejo muito repetidamente é que a maioria quer soar pesado e extremo. Nada contra, é só uma análise fria do momento em que vivemos. Isso faz com que as bandas soem muito parecidas e sem identidade (vocais guturais, afinações baixíssimas,…). Por termos uma proposta mais tradicional, fugimos um pouco desse eixo moderno. Talvez seja esse o diferencial.
Adriano Tavares: – A mais calorosa possível e na medida em que a banda está propondo um trabalho autoral, o público vem mostrando – se bastante entusiasmado.
RM: Nos tempos de hoje a variação musical em rádios tem sido bastante diversificada. Lembro de quando morei em Ilhéus a rádio local tinha um horário específico para o Rock, que ia de Paralamas do Sucesso ao Iron Maiden. O estilo muito apreciado por lá sempre será o Forró, Axé e afins, por se tratar também de uma cidade litorânea e turística. O Rock/Metal tem muito espaço em rádios locais por aí?
Mark Hazz: – Nas rádios convencionais nenhum espaço para a música pesada. Ainda sofremos com a invasão da música baiana que reina à solta por aqui e ainda tem atrocidades piores como o arrocha.
Adriano Tavares: – O espaço em rádios convencionais para o Rock e Metal não existe aqui no estado. Alguns anos atrás ainda rolava aqui na capital e no interior do estado programas em emissoras pequenas. Pouquíssimos que infelizmente não existem mais. Recorremos à internet. Essa é a nossa triste realidade!
RM: Agradeço imensamente pelo bate papo e desejo bastante sucesso a Stonex. Deixo o espaço para as considerações finais.
Mark Hazz: – Gostaria de agradecer à Roadie Metal pelo espaço, apoio e a divulgação, e avisar que nós continuamos mais fortes do que nunca e estamos trabalhando em novas músicas para o lançamento de nosso segundo álbum ainda este ano. Esse é o plano.
Adriano Tavares: – Agradecendo a você Gleison Jr e a Roadie Metal pelo espaço concedido, apoio e divulgação. Um grande abraço.