Em 7 de julho de 1992, era lançado o segundo disco de estúdio do DREAM THEATER. E “Images and Words” marca uma mudança no lineup: Charles Dominici que havia gravado o disco de estreia saiu para dar lugar a James LaBrie, que segue na banda até hoje.
O novo frontman veio de uma banda de Glam Metal canadense, WINTER ROSE. Ele enviou uma fita com uma performance sua para audição. Ele foi convidado para um ensaio e a banda gostou de sua performance, sendo admitido.
Após o lançamento do primeiro disco, que tem muito de RUSH, a banda foi moldando ainda mais o seu som. Ainda podemos perceber as influências do trio canadense aqui e acolá, mas os caras começaram a buscar outros caminhos e beberam em outras fontes do Progressivo, como YES ou PINK FLOYD, porém, acrescentando o Metal e alcançando bons resultados.
A formação com o novo vocalista adentrou em dois estúdios, entre os meses de outunro e novembro de 1991: o “BearTracks” e o “The Hill Factory“, ambos em Nova Iorque, com produção de David Prater. O álbum marca também a estreia por um novo selo, a ATCO. Vamos conferir então cada uma das oito músicas presentes aqui.
Abrindo os trabalhos simplesmente o maior clássico da banda: “Pull me Under“. Com seus oito minutos, ela começa despretensiosa, ela se desenvolve com muitas passagens diferentes, alguns bons riffs e todo aquele clima progressivo. A música ganhou clip na época, que foi bastante exibido na MTV. É considerado o único “hit” dos caras, por ter alcançado um público diferente do que acompanha a banda. A música fez parte do jogo Guitar Hero, em 2008, ajudando a ficar ainda mais famosa.
O curioso é que a música acaba do nada, sem fade, nem um indício qualquer de que vai haver um encerramento e logo entra a balada “Another Day“, que é bem tocada, como toda e qualquer faixa do DREAM THEATER, mas a música parece mais trilha de flashback. Já “Take Time” tem uma introdução bem legal e aqui temos muito Groove em uma música que alterna os momentos nos seus oito minutos de duração, em que cada integrante deu o ar de sua graça em um determinado novembro, mas aqui eu destaco a performance do baixista John Myung. Ele é um monstro.
“Surrounded” é outra balada, mas aqui a medida que a música se desenvolve, as características de Progressivo, sobretudo o RUSH, vão dando as caras. Ela até fica um pouco mais pesada em um determinado momento.
“Metropolis Part I: The Miracle and the Sleeper“, tem uma introdução épica e bastante pesada, que me agrada muito, que toma quase dois dos nove minutos que a música tem. E o excepcional John Petrucci dá o que eu particularmente gosto muito: riffs. A música em si não é tão pesada, mas é cheia de partes diferentes onde o Progressivo dá as caras em uma canção pra lá de intrincada.
“Under a Glass Moon” tem uma bela introdução em que guitarras, bateria e teclado travam um duelo interessante. E ela se desenvolve em seus mais de sete minutos com muito peso, certamente a mais pesada do play, com boas mudanças de andamento, e, claro, muito virtuosismo por parte dos integrantes. “Wait for Sleep” é uma música em que apenas o piano de Kevin Moore acompanha o vocal do estreante James Labrie, em que percebemos aqui uma forte influência da música clássica.
E fechando o álbum, claro, tinha que ter uma música com mais de dez minutos: “Learning to Live“. E em uma música tão longa, claro, temos de tudo: partes densas, peso, solos e tudo o que o Progressivo pode apresentar. Até mesmo os teclados da base da faixa anterior, entraram aqui. Enfim, é preciso encher as lacunas diante de onze minutos de música, aí é a minha única crítica em relação ao DREAM THEATER: encher demais a linguiça. Sabemos que eles dominam e muito seus respectivos instrumentos, mas às vezes soa pedante demais uma audição deles.
Após 57 minutos temos um bom álbum, que é considerado pelos fãs como um dos melhores da banda. Foi certificado com disco de platina nos Estados Unidos por ultrapassar a marca de 1 milhão de cópias. Após a boa recepção deste álbum e da faixa” Metropolis pt. I“, os fãs começaram a pedir que a banda fizesse a parte II, o que quase aconteceu no álbum “Falling Into Infinity”, de 1997. Porém, a música acabou ficando com 20 minutos e para isso seria necessário um CD duplo, o que a gravadora não concordou. E a parte II acabou virando um disco conceitual, com a continuação da história contada aqui no aniversariante do dia.
Uma curiosidade acerca de um trecho em italiano da música “Take the Time“, que diz “Ora, como persiste a vista, o ci vedo di piu!”, faz parte de uma canção entoada pelo personagem Alfredo no filme “Nuovo Cinema Paradiso“, filme franco-italiano do gênero de comedia dramática, lançado no ano de 1988. A película foi vencedora do Grand Prix do Festival de Cannes e do Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional, ambas no ano de 1989.
Em abril de 2013, o aniversariante de hoje foi eleito pelos leitores da Loudwire como o melhor álbum de Metal de todos os tempos; já a música “Under a Glass Moon” teve seu solo eleito como o 98º melhor pelo site Abott.com; A revista Guitar World, no ano de 2011, elegeu o álbum como sendo o 7º entre os dez melhores discos lançados em 1992; em 2015, “Images and Words” foi eleito pelo site Prog Report como o melhor álbuns, entre 50 escolhidos de Rock Progressivo, lançados entre 1990 e 2015, e por fim, a Rolling Stone posicionou o play em 95º dos 100 melhores álbuns de metal de todos os tempos. Não é pouco.
Com todos esse reconhecimento, só nos resta festejar aniversário deste play muito acima da média. É um disco que vai envelhecendo bem e como todos que publicamos aqui, merecedor dos nossos confetes. Desejamos uma longa vida ao DREAM THEATER.
Images and Words – Dream Theater
Data de lançamento – 07/07/1992
Gravadora – ATCO Records
Tracklisting:
01 – Pull me Under
02 – Another Day
03 – Take the Time
04 – Surrounded
05 – Metropolis (pt. I: The Miracle and the Sleeper)
06 – Under a Glass Moon
07 – Wait for Sleep
08 – Learning to Live
Lineup:
James LaBrie – Vocal
John Petrucci – Guitarra
John Myung – Baixo
Kevin Moore – Teclado
Mike Portnoy – Bateria
Special Guest:
Jay Beckenstein – Saxofone