Hoje, 19 de abril, é celebrado o Dia do Índio no Brasil. Mesmo que não seja mais tão lembrada quanto antes, a data funciona para reforçar essa identidade cultural e perpetuar a valorização dos povos indígenas. E o heavy metal já encontrou espaço para abordar a temática de diversas formas, que figurou em obras que exaltam a riqueza da cultura indígena.
Confira abaixo uma seleção de 8 momentos em que cultura indígena foi referência no heavy metal:
Roots – Sepultura
A icônica capa com o índio, retirada da figura de uma cédula de 100 cruzeiros, dinheiro brasileiro que saiu de circulação nos anos 90, logo de cara mostra a grande representação de Roots (1996) para o heavy metal. O último álbum do Sepultura com Max Cavalera nos vocais teve uma forte influência das raízes brasileiras. Rica sonoridade tribal, construída com expressivas percussões em várias camadas. A ida do grupo a uma tribo indígena para gravar a faixa “Itsári” até hoje marca os envolvidos, como o líder da comunidade, Cipassé, que os recebeu em novembro de 1995.
Holy Land – Angra
Em 1996 o Angra, outro grande representante do metal brasileiro, também homenageou nossas raízes com o genial Holy Land. O álbum conceitual narra a chegada do portugueses ao Brasil em 1500. E a obra é recheada de numa mescla de metal, música clássica, música indígena e regional e folclore. Destaque para a faixa “The Shaman”, O trecho central tem world music e falas em dialetos indígenas, além de um arranjo que intensifica o clima tribal.
Ritual – Shaman
Por falar nisso, a faixa do Holy Land foi composta por Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori, e foi um interlúdio para a saída do trio do Angra e posteriormente fundar o Shaman. E o álbum de estreia, Ritual (2002) trata de diversas culturas, principalmente indígenas, com ênfase para a do xamanismo. Um destaque é a faixa “For Tomorrow”, em que Andre Matos toca, na introdução, uma flauta indígena de bambu.
“Shaman”, significa “aquele que enxerga no escuro”. Sua maior representação é, geralmente, através de sacerdotes que curam por meio dos elementos da natureza. De origem siberiana, os “xamãs” ganharam o mundo e se disseminaram em praticamente todas as culturas. No Brasil, os ‘shamans’ (também grafado como ‘xamãs’) são representados principalmente pelos pajés indígenas.
Indians – Anthrax
Segundo single do álbum Among the Living (1987) a canção “Indians” do Anthrax é um dos maiores clássicos do heavy metal. E também um verdadeiro hino contra o genocídio indígena ocorrido na colonização nos Estados Unidos. “Nas reservas/ Uma situação /desesperada/ Respeito é algo que você ganha/ Nossos irmãos índios sendo queimados/Americanos originais/ Transformados em cidadãos de segunda-classe”. Forte!
Glory Opera
A banda amazonense de power/prog metal Glory Opera ganhou destque a partir de 2002, com suas canções que abordam o folclore amazônico com forte influência indígena. O álbum de estreia Rising Moangá tem muitos elementos indígenas e culturais de Manaus. Conta a história de Iara e um índio de uma tribo rival. O álbum seguinte, Equilibrium (2004), manteve a mesma pegada.
Mandu – Voodoopriest
Vitor Rodrigues, ex-vocalista do Torture Squad e hoje ex-vocalista do Voodoo, lançou em 2014 o álbum Mandu. Ele conta a história do índio Mandu Ladino, líder da resistência de tribos indígenas contra a invasão na região do Piauí no século XVIII. Durante a turnê, Vitor fazia várias celebrações às suas origens indígenas.
Arandu Arakuaa
Formada em Brasília, em 2008, banda Arandu Arakuaa tem as letras totalmente em tupi antigo. Lançaram Kó Yby Oré (2013) e Wdê Nnãkrda (2015), ganhando destaque na mídia. As letras são inspiradas em lendas e ritos indígenas, buscando desta maneira contribuir para divulgação e valorização das manifestações culturais dos povos indígenas do Brasil.
Run To The Hills – Iron Maiden
E para fechar nossa lista, não podia faltar este clássico do Iron Maiden. Sexta faixa do álbum The Number of The Beast (1982), “Run To The Hills“ denuncia o que muitas civilizações já sofreram: a invasão do homem branco em terras já ocupadas. Quando os ingleses chegaram ao continente, este era ocupado por diversas tribos indígenas, que se refugiaram no interior para fugir da dominação inglesa. Somente após a independência dos Estados Unidos, em 1776, que começou o processo de expansão do território norte americano, também conhecido como marcha para o oeste. Corram para as colinas! Corram para sobreviver!