Considerado por muitos como o álbum mais brutal do Ratos, “Carniceria Tropical” mostra o que pode haver de mais extremo dentro do hardcore. Lançado há exatamente vinte anos atrás no já longínquo ano de 1997, “Carniceria Tropical”, nono álbum da banda, foi marcado por excessos em quase todos os sentidos.
Produzido pelo renomado produtor Billy Anderson que tem em seu currículo trabalhos com Brutal Truth, Cathedral, Fantomas, Neurosis e Orange Globin, dentre vários outros, lançado pela Paradoxx e marcou a despedida do baixista Pica-Pau que decidira sair da banda pelo estresse causado pela intensa rotina na estrada (a banda faria mais de 180 shows para divulgar o álbum), e também para se dedicar a carreira de tatuador. “Carniceria Tropical” sucederia os álbuns de covers “Feijoada Acidente Brasil” e “Feijoada Acidente Internacional”, títulos que faziam uma sátira ao também álbum de covers “The Spaghetti Incident” do Guns n’ Roses, “Carniceria”, assim como mencionado no inicio dessa resenha, é sem dúvida o disco mais extremo do Ratos de Porão, a começar pela capa, que na opinião deste que vos escreve só fica atrás da capa do álbum “Guerra Civil Canibal”.
O instrumental em vários momentos chega a beirar o crust e o grindcore, e o vocal de João Gordo em determinados momentos é compreendido somente com o encarte em mãos. Devemos lembrar que foi em “Carniceria Tropical” que Gordo cantaria algumas musicas com pedaços de bolo pullman na boca, resultado esse que pode ser conferido nas faixas “Vá Se Virar” e “Estilo de Vida Miserável”.
O conteúdo critico social e sarcástico das letras também é outro ponto alto de “Carniceria Tropical” e temas como uso de drogas, obesidade mórbida, fanatismo religioso, abuso policial entre outros temas totalmente atuais e pertinentes nos dias atuais são abordados. Musicas de destaque e com uma violência absurda podem ser citadas “Arranca Toco”, “Crocodila”, “Atitude Zero”, “Difícil de Entender”, (essa com um vídeo clipe que foi passado com bastante frequência na extinta Mtv). “Carniceria Tropical” tem ótimos momentos e merece estar na discografia de qualquer apreciador de música pesada, pois se trata de um disco de música extrema em todos os sentidos, tanto em sua parte musical como em sua parte lírica que mesmo após vinte anos de seu lançamento cabe totalmente nos dias de caos que vivemos atualmente.
Faixas:
1 Vá Se Virar
2 Atitude Zero
3 Banha
4 Crocodila
5 Pedra
6 Estilo de Vida Miserável
7 Difícil de Entender
8 Outra Vez
9 Bico do Corvo
10 Ideologic Police
11 AutoGuerrilha
12 Arranca Toco
13 Colisão
Formação:
João Gordo – Vocal
Jão – Guitarra
Boka – Bateria
Pica-Pau – Baixo
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8/10