Vindo da Suíca, o Coroner desde sempre se mostrou como um ser diferenciado dentro do emergente cenário de Thrash Metal europeu. A musicalidade apurada e as temáticas líricas os diferenciavam das demais bandas e, ao longo dos anos, conforme o entrosamento dos músicos evoluía, a distância foi aumentando cada vez mais, transferindo a classificação de sua música para o contexto do Progressive Thrash.
Seus três integrantes encontram-se acima da média, em termos de habilidade, mas o nosso foco nessa coluna são os condutores dos graves e Ron Broder, que por muito tempo utilizou o nome artístico de Ron Royce, é um verdadeiro ás em sua função.
Ron nasceu no dia 29 de janeiro de 1965, no meio de uma família muito voltada para a música e, quando criança, fazia apresentações de canto junto com uma prima, mas seus primeiros contatos com o Rock vieram através de seu tio que tocava guitarra em uma banda de Rock Progressivo nos anos 70.
Até os 17 anos, seu interesse esteve mais voltado para o futebol, jogando como goleiro, sendo que apenas por volta dessa época resolveu tocar baixo, pois acreditava já estar velho para aprender a tocar guitarra e as quatro cordas do baixo faziam-no acreditar que este seria um instrumento mais fácil para começar. Nesse período, suas influências principais foram Geddy Lee, Steve Harris, Geddy Lee, Geezer Butler e Geddy Lee. A admiração pelo Rush e seu baixista é praticamente um mantra na boca de Ron, e foi também a bússola pela qual ele se guiou para assumir os vocais da banda.
Por ocasião da gravação da demo “Death Cult”, a parte vocal ficou por conta de Tom Warrior, do Celtic Frost, que também produziu e escreveu as letras. Ron, posteriormente, tomou a frente, já nos preparativos para a gravação do primeiro álbum, “R.I.P.”, de 1987. A complexidade das linhas que ele executa com seu pizzicato de dois dedos, enquanto profere as letras, demonstra que foi bem-sucedido ao tentar emular o seu maior ídolo, embora assuma algumas limitações como, por exemplo, no uso do fretless. O baixista aprecia a sonoridade desse tipo de baixo, mas considera-o muito difícil de tocar e isso afetaria sua concentração no trabalho vocal. Mesmo assim, houve oportunidades em que o fretless foi utilizado no estúdio, como na faixa “Gliding Above While Being Below”, presente na compilação “Coroner”, de 1995. Ao longo do catálogo, porém, Ron procura executar suas partes fazendo a dobra das linhas de guitarra do parceiro Tommy T. Baron.
Por muito tempo, Ron utilizou um baixo customizado, feito sob medida por M. Brudere, mas atualmente ele é endorser da Warwick, usando os modelos Corvette $$ 4 e Corvette $$ 15-2768, ambos de quatro cordas, com escala longa 34’’, e captadores Mec. O belo Corvette $$ 15-2768, de cor azul, é customizado com o nome Coroner na parte frontal do corpo do instrumento.
A banda interrompeu atividades em 1996, mas retornou em 2010. Em 2014, Diego Rapacchietti ocupou a vaga deixada por Marquis Marky na bateria. Desde sua volta, um novo álbum vem sendo prometido e Ron demonstrou entusiasmo em fazê-lo com o novo baterista, baseado nas novas possibilidades criativas que podem vir com a participação de outro músico na formação. Certamente que é um álbum muito aguardado e o entusiasmo é de todos nós, que queremos ouvir o que Ron tem guardado durante esses anos.