Dentro do Thrash Metal existem poucas bandas com a perseverança que o Overkill possui. Mesmo passando por altos e baixos, mudanças de formação e demais percalços tão comuns, em uma trajetória de mais de trinta anos, o grupo novaiorquino sempre manteve uma agenda de trabalho constante. Após o gradual processo de esfacelamento da formação inicial, o Overkill estabilizou-se ao redor do vocalista Bobby Ellsworth e do baixista DD Verni, cujo nome de batismo é Carlo Verni e nasceu em 1961, no estado de New Jersey.
Mesmo que alguns discos da banda sejam merecedores de críticas, não se deve desconsiderar a capacidade criativa de Verni, pois após a partida do guitarrista Bobby Gustafson, depois do álbum “The Years Of Decay”, em 1989, ele assumiu, praticamente só, a direção musical da banda, cabendo a Ellsworth a criação das letras. Como o tempo demonstrou, e assim comprovam os recentes trabalhos da banda, o baixista exerce com louvor esse cargo.
É normal, porém, que alguém com tanto exercício de criatividade sinta a necessidade de explorar outras sonoridades. Tendo o incontestável domínio de composição dentro do Thrash Metal, Verni quis se aventurar em outras vertentes e uniu-se ao guitarrista Jack Frost, ex-Savatage, para formar, em 1999, o The Bronx Casket Co., banda voltada para o Gothic Metal, com utilização de orquestrações, teclados e vozes femininas, e que já possui quatro álbuns no acervo, sendo “Antihero” o último trabalho registrado, lançado em 2011. Tal qual ocorre no Overkill, Verni compõe tudo nesse projeto e também assina as letras, além de assumir uma boa parte dos vocais.
O jovem Verni decidiu que queria ser músico depois de escutar o álbum “Kiss Alive”, do Kiss, e começou sua carreira na banda punk Lubricunts, partindo em seguida para o Overkill. Após tantos anos de atividade, o baixista admite que já não é mais tão fácil compor, mas não enfrenta maiores dificuldades nessa área, pois possui seu próprio estúdio e pode trabalhar com ampla disponibilidade de tempo. Frequentemente ele pode ser visto utilizando contrabaixos dos modelos Fernandes e BC Rich, ambos customizados, nos quais usa palheta para tirar seu timbre característico. Em recente entrevista sobre o processo de gravação do Bronx Casket Co., ele admitiu que baixava o tom da afinação em meio tom, para que seu som ficasse tão agressivo quanto é no Overkill, e, por atuar como produtor, também não tem problemas em deixar que o som de seu instrumento soe bem alto na mixagem, como ocorre no disco “W.F.O.”, de 1994.
O músico já declarou que não acompanha o cenário de Power Metal, preferindo coisas mais agressivas, como Machine Head, Lamb Of God, Rob Zombie, além dos tradicionais Slayer e Megadeth, e lista, como seus baixistas preferidos, nomes como Geezer Butler, Tom Hamilton, Dee Dee Ramone, Steve Harris e Joey DeMaio. Tal qual o iniciante baixista deve ter feito um dia, aprendendo as linhas de seus ídolos mencionados, hoje ele figura nessa posição para tantos outros que querem seguir seu exemplo. Tantos aprendizes de baixo que pegam seus discos e tentam reproduzir o que ele fez em “Powersurge”, “Coma”, “Elimination”, “Rotten To The Core”, “Horroscope”,… a lista é imensa!