Conhecido com Z, o vocalista da banda The Undead Manz é um artista diferenciado no cenário nacional. A obra criada a frente de sua banda, apresenta o conceito elaborada sobre uma nova sociedade de seres que habitam a terra, tudo isso carregado de simbologia e misticismo.
Hoje ele é nosso convidado no quadro “Alma de Músico” e Z revelou detalhes pessoais de sua vida e história dentro da música pesada. Confira:
01 – Fale sobre seu trabalho e como você descobriu o Rock/Metal em sua vida?
Tenho a música como algo sagrado, meio de transgredir essa realidade, a qual considero por vezes tóxica e nociva. Através da música consigo viajar para outras dimensões, é exatamente isto que procuro evidenciar em minha música, no trabalho da The Undead Manz. Apesar de toda a influência musical de uma vida, sempre buscamos pela originalidade, e confesso estar muito satisfeito neste quesito.
02 – Qual banda você escutou pela primeira vez e sentiu que esse estilo serie eterno em sua vida?
O primeiro contato que tive com o “Rock”, que consigo lembrar, foi nos anos 90’ em meados de 1993, eu tinha próximo de nove anos de idade quando ouvi em uma fita K-7 “Sweet Child O’Mine”, do Gun’s… Ainda lembro, a fita era do “Melhor Internacional de Novelas”, e só tinha essa música que prestava (risos). A música ficava lá pelo meio, então vivenciei a relação “caneta x fita K-7” na pele (muitos risos). Nessa época era muito difícil o acesso à bom material, quem viveu sabe. E bem, referente ao metal, acredito que tenha sido com a aquisição do CD “Best of the Beast” do Iron Maiden, alguns anos depois. Comprei naquelas discotecas, que a gente ouvia o CD inteiro um monte de vezes antes de comprar (mais risos).
03 – Em seu instrumento, cite três músicos que você admira e tem como referência e os motivos!
Vou responder com base em minhas memórias de juventude:
Blackie Lawless do W.A.S.P., sempre foi e – acredito que sempre será – meu músico preferido, a inspiração que me fez querer tocar e compor. Desde a primeira nota, nunca mais tive força para me libertar do W.A.S.P., esta é a minha droga, meu vicio. Posso citar outros inúmeros músicos que me elevaram espiritualmente, mas o Lawless é o maior responsável. K.K. e Tipton (Judas), Murray, Gers e Smith (Maiden), Iomi (Sabbath), Ace (KISS), Weikath (Helloween) e King (Slayer) à época também foram fortes influências. Atualmente, estou ouvindo coisas muito diferentes do que ouvia há anos atrás, portanto, novos guitarristas adquiriram crédito em meu “hall de admiração”: Richard Kruspe (Rammstein), os Ghouls do Ghost B.C., Abbath (Immortal), e Amen (Lordi) estão entre os sons que ouço diariamente.
04 – O que você modificaria no cenário nacional em relação ao trabalho das bandas nacionais.
Acredito ser esta a pergunta de um milhão… Apesar de certificar que o cenário nacional está repleto de bandas excelentes, de uma qualidade absurda, ainda existe, incrivelmente, um sentimento muito negativo em algumas pessoas, o qual podemos batizar de “preconceito”, sentimento este que cria uma certa “resistência” em dar-se a devida atenção ao trabalho das bandas nacionais. Ainda, soma-se a isso também o sentimento que podemos assemelhar à “inveja” e/ou “disputa”, que alguns músicos tendenciosos nutrem (amargamente) em relação às bandas conterrâneas; digo isto, porque fica nítido que em outros “estilos” musicais há um menor índice estatístico deste quesito reprovatório… veja bem, não estou generalizando, mas, ao meu ver, este é ainda o maior “câncer” em nosso meio, e deve ser erradicado.
05 – O que você busca levar como conteúdo em sua música e obra?
Eu pratico estudos dentro do âmbito “ocultismo” e “ciências milenares” desde muito jovem, e aprendi muito com isso. O enfrentamento ou cruzamento entre doutrinas de Ciência x Religião sempre me fascinou. Quando você desmistifica alguns conceitos e passa a inseri-los em seu cotidiano, você passa a “enxergar o mundo” com outros olhos. Esta é a matéria-prima fundamental e básica onde bebo da fonte de minha inspiração para composições para a The Undead Manz, tendo em vista que não se trata apenas de “matéria literária”, é bem mais que isso…
06 – Comente três bandas que poucos conhecem, mas que você curte muito e gostaria que as pessoas conferissem.
Depois de ouvir o Iron, não teve mais argumentos que iriam me convencer, sabia que era isso que eu queria pra minha vida, então, passei a explorar um universo imenso, buscando sempre conhecer mais e mais sons. Ainda sinto o sabor em minha boca da primeira vez que ouvimos um vinil do W.A.S.P., acredito que tenha sido o “Headless Children”… a gente simplesmente destruiu a casa do meu amigo, onde estávamos, digo, no mosh (muitos risos). É uma estória que contamos até o presente, e, o W.A.S.P. é ainda a melhor banda do universo para mim. Outras bandas em minha lista que marcaram a fogo meu ser, e que conheço a discografia inteira são Helloween, Grave Digger, Running Wild, Immortal, Rammstein, e mais atualmente, outras.
07 –Você escuta outros estilos de música? Se sim, quais e mencione artistas do gênero.
Por conta da família, por vezes somos submetidos à audições involuntárias (risos). Minha esposa é muito fã de música eletrônica, portanto, acabei aderindo bastante ao gosto musical dela, dentre os quais, posso mencionar alguns dos artistas que mais me agradaram em suas composições, Belik Boom, Undercover, Vintage Culture, Cat Dealers, entre outros. Ainda, tive uma de audição de muita música clássica, Jazz e Blues, contudo, não tenho menção de autores a fazer, pois, todos me agradavam uniformemente.
08 – Comente sobre três discos fundamentais em sua coleção.
Como mencionei acima, admiro TODA a obra criada por B.Lawless, toda a vasta discografia do W.A.S.P. (a qual tenho completa – ORGULHO), cada nota, cada segundo; para mim, é uma obra perfeita, 100%. Pela estória que contei, o “Headless Children” torna-se a obra mais importante ao meu ser, por ter me alavancado (com um soco no estômago) ao Fantástico Mundo do Metal. Posso ainda somar o fato de conter a balada “Forever Free”, que veio a tornar-se nosso Hino Matrimonial. Outro disco importante foi o “Live Aus Berlim”, do Rammstein, o qual serviu como um divisor de águas para a formação de minha personalidade musical, tendo sido o responsável por abrir as portas do “Metal Moderno” aos meus ouvidos, e quebrantando as correntes do “Metal Tradicional”. Ouvi ele até gastar (risos). Posso mencionar também os discos fabulosos: “Psycho Circus” do KISS, “Better than Raw” do Helloween, “Painkiller” do Judas, os quais tive aquele “gostinho” peculiar de “assistir” o lançamento (em revistas) e esperar na porta da loja antes mesmo dela abrir (quando eles chegavam ao Brasil, anos depois…), para poder ser o primeiro a comprar, para reunir a tropa e fazer a seção audição. Bons tempos… “Angels Cry” do Angra,“Destiny” do Stratovarius, “Vain Glory Opera do Edguy”, “Dawn of Victory” do Rhapsody e “Sons of Northern Darkness” do Immortal, também merecem menção, por terem girado no meu disc-player até furar.
09 – Cite uma banda dos anos 70, uma de 80, de 90, de 2000 e uma atual que não podem faltar na sua Playlist.
60’ – Judas / Sabbath (não pediu, mas eu quis mencionar…rsss)
70’ – KISS
80’ – W.A.S.P. (com toda certeza)
90’ – Rammstein
00’ – Gojira (1996-2001 era conhecida pelo nome Godzilla)
Atual – atualmente eu tenho ouvido e valorizado várias bandas do cenário nacional underground que estão ganhando espaço no mundão:
Brutallian (MA), Basttardos (RJ), Hon-Rá (RS), e ainda, bandas aqui da minha região (SC), Somberland, Malice Garden, Nekros, Posthumous, As The Palaces Burn e Dark New Farm, que vêm fazendo um excelente trabalho e crescendo junto com a cena Metal.
10 – Você é adepto e a favor de Streaming, porque?
Eu penso que, ser ou não um adepto, pouco importa sabe… é como tentar lutar contra a correnteza de um oceano, quanto mais se luta, mais ele vence. Mas, apesar disso, particularmente eu sou a favor, por questão de que o Metal não é um estilo de musica (e de vida) majoritário em nossa sociedade, e por conta disso, fica difícil (ou até mesmo impossível) se ter acesso ao trabalho de bandas de outros países apenas através do material físico.
11 – Fora da música quais são suas paixões e hobbys?
A música em minha pessoa está muito além de um simples hobby, em mim, a música é “vida”. Em momentos de lazer, gosto de vide-game, uma boa leitura, um bom “evento gastronômico”, apreciar uma boa bebida, uma boa conversa, em outras ocasiões, pilotar minha moto, ir a uma festa, um show, nada muito concreto e regrado, sigo a “vibe” de cada dia.
12 – Complete a frase: Minha alma sem a música seria….
Vazia.
A obra do The Undead Manz se encontra disponível em todas as plataformas digitais. Abaixo confira o canal da banda no Spotify:
Formação:
Z – Vocals/Guitarra
Jaws – Baixo
A.K. – Teclados
Reactor – Bateria
Mais informações:
Facebook: https://www.facebook.com/undeadmanzoficial/
Instagram: https://www.instagram.com/undeadmanz/
Roadie Metal Press: http://144.217.7.140/press/the-undead-manz-2/