Vagos Metal Fest
Saiba tudo que rolou nos quatro dias do evento.
Parte III
Sexta feira, dia 10 pode se dizer que foi o mais impressionante. Além de ser o dia mais cheio, parece que havia mesmo uma atmosfera de muito sucesso. Já não fazia o frio da noite anterior, e a platéia estava mais quente. Já estávamos mais descansados e dispostos para mais um dia de trabalho. Foi uma grande oportunidade para fazer uma entrevista com Pedro Paixão do Moonspell (em breve vamos publicar). um áudio com João Gordo e também estar diante de grandes artistas nacionais e internacionais nas terras lusitanas. Foi um dia de diversas potências vocais, artísticas e evoluções de palco. Mais um dia para a memória! Confira
In Vein
In Vein é uma banda portuguesa do Norte, com cara de estrangeira e que tem poucos anos de existência. Mesmo sendo recente faz um trabalho espetacular com o Death e tem uma linhagem no “groove” segundo alguns sites. O som é possante e tem bastante harmonia. Um bom começo para um grande dia!
Blame Zeus
As vocalistas de rock e metal sempre são como deusas do rock, com vozes possantes e bem delineadas. Não é diferente para Sandra Oliveira e sua linda performance no show. A banda é muito boa e prende nossa atenção pelos bons músicos e o brilhantismo das canções.
Invoke
A banda invoke tem um impressionante desenrolar das suas habilidades. Seja no visual, seja no som potente e incrivel, seja no virtuosismo da sua apresentação. E por falar em vocalistas femininos, eles chamaram a Mafalda da banda Karbonsoul que deu seu toque pessoal com muita energia feminina e brutal! Esta grande banda que passeia pelo Death and Black, é também filha da terrinha Portugal e mostra sua experiência e maturidade.
https://www.facebook.com/invokept/
Dollar Llama
É uma banda mais baseada no hard rock, mas achei que eles tiverem um bom som agressivo, e até me lembrava um Nu Metal. De qualquer forma foi uma apresentação também muito boa e intensa.
Masterplan
O Heavy Metal sempre ganha uma estrelinha quando se trata de senhores que nasceram com o movimento iniciado nos anos 80. Vivenciar o Metal de forma leve e totalmente madura tem outro sabor. Foi uma rica oportunidade ver estes experientes músicos no palco dando um banho de simpatia, profissionalismo. O som deles lembra Helloween, e o Old Metal tradicional, e o que percebe-se é esta semente genuinamente plantada em solo alemão. Brilhante apresentação!
Ratos de Porão
Falar de Ratos de Porão é sempre trazer a tona tudo que já conhecemos muito bem de João Gordo e toda sua história na musica hardcore brasileira. Obviamente ele demonstrou o que sempre fez de melhor e mandou super bem num show alvoraçado pela plateia, que adora esse brasileiro. Com a máxima “Sueco canta Sueco, Japones canta em Japones, Ratos canta em Portugues” nosso conterrâneo, agitou o publico de Vagos com sua experiência e identidade. A plateia gritava “Ratos” enquanto ele com o celular muitas vezes filmava toda apresentação e ai si mesmo. Derrubou microfone mas não perdeu a pose. Ele sempre sabe o que faz, mesmo nos “copos”. Apesar de toda sua aparência é sempre bom lembrar que ele atualmente não usa maconha (para dar exemplo pros seus dois filhos adolescentes), a esposa cuida para que ele não beba muito, e ainda por cima ele é VEGANO. O Rock e o Punk pode tudo que ele quiser! Obrigada Joao!
Moonspell
A banda mais importante do Metal em Portugal, mais definida como Dark Metal é mesmo essa. Ela é tão encantadora, que atravessa alguns oceanos para poder deixar um pouco da sua potência por ai, eles são de fato mundialmente conhecidos! Sim, a experiência e a expertise conta muito e nada ficou a desejar com a performance espetacular de Fernando Ribeiro ao levar a temática de 1750, seu ultimo álbum para enlouquecer Vagos, bem como canções já adoradas como Opium, Alma Mater e Fullmoon Madness para cravar no nosso coração a admiração do passado, do presente e futuro deles. Emocionante!
Converge
Converge tem o espirito hardcore americano e os caras mandaram muito bem. São conhecidos e respeitados no meio.
Cradle Filth
Os ingleses do Cradle, liderados pelo enigmático “bruxinho” Daniel Lloyd Davey ou simplesmente Dani Filth é uma figura já muito conhecida no meio do Gothic Metal. Fez um grande espetáculo com sua banda e duelou com o tradicional vocal feminino, típico de sua banda. Um concerto longo, com muito virtuosismo, som pesado e articulado, mas também um bocado cansativo e linear. É visualmente atraente, e é considerado um grande artista do segmento. Fez muitas homenagens ao pessoal do Moonspell e declarou-se fã da banda.
Attic
Dentro da já conhecida linha de trabalho de Mercyful Fate, e com a inegável voz similar ao de King Diamond, o vocalista desta banda deixou claro sua influencia por Black Metal, na temática profunda do horror e satanismo. Com um cenário impressionante, retratando uma autêntica igreja satânica, o Attic fez uma incrivel apresentação com direito a requintes de peso em composições longas e tão densas que deu para gostar e desgostar muito rápido.
Serrabulho
Antes de começar, com um carta escrito: ” Serrabulho Rave Party” – Fiquei pensando porque tanta gente aguardava altas horas por aqueles caras, que portanto me disseram ser meio que os “Mamonas do Metal”. Bom, parei para assistir e a loucura começou. Músicos da aldeia também tocaram e aquilo era mesmo uma festa. A melhor definição para esta banda portuguesa é a SÁTIRA do Metal. Uma banda espetacular totalmente maluca, jogaram bolas na platéias, o vocalista caiu no meio de todo mundo, e fazia maluquices no palco. De repente, a grande surpresa: Da platéia vinham todo tipo de coisas. Vi voar bóias, almofadas, puffs e tudo que você imaginar. Foi mesmo um surto coletivo e enlouquecedor. Até mesmo “mosh de cu” rolou, e vejamos, isso tudo em Portugal é a perfeita representação do humor sarcástico e sujo que eles simplesmente ADORAM. Valeu a pena esperar!
Abaixo Cu Sistema
No final da noite, uma das bandas mais admiradas pelos portugueses, a System of Down foi homenageada por esta banda que faz um belissimo cover ou tributo, cantando com muita qualidade, e tendo uma baterista muito boa a vos acompanhar. O show foi bem interessante, mas claro, sensível ao fato de não ser autoral, não trouxe tantas novidades.
Esta noite encerrou-se com a magia no ar…O profano, o sagrado, os gritos e cantos profundos ecoaram ainda na cabeça de todos que foram para suas casas, hotéis ou hospedagens…fomos dormir traumatizados, mas da melhor forma possível. Amanha tem mais…
Texto Veronica Mourão
Foto Ana Costa