Estamos em meados do ano de 1994. Para quem não sabe, naqueles primeiros anos da década de 90, o Heavy Metal perdeu um pouco de sua expressão e visibilidade devido ao aparecimento do movimento grunge. Porém, algumas bandas souberam dosar em seus trabalhos certos experimentos, e dessa maneira, mudar um pouco sua proposta musical para chamar novamente os holofotes para si. E esse foi o caso de “Low”, sexto trabalho do Testament.
O trabalho é marcado pela saída de dois membros fundadores da banda. Estamos falando de Alex Skolnick (guitarra) e Louie Clemente (bateria). Para seus respectivos lugares, são convocados os músicos James Murphy (Death, Hallows Eve e Obituary) e John Tempesta (Exodus). É claro que essa mudança de membros trouxe certa mudança na sonoridade do Testament, mas não foi suficiente para mudar de forma drástica. O DNA Thrash Metal ficou intacto, e de certa forma, até renovou-se.
“Low” foi lançado mundialmente no dia 30 de setembro de 1994 pela gravadora Atlantic Records. O fato de a banda ter chamado o produtor GGGarth Richardson, famoso por seus trabalhos no Rage Against The Machine, podem ser considerados um dos principais motivos do desvio na proposta musical, se comparada aos trabalhos anteriores.
E é claro que esses experimentos não foram muito bem engolidos pela crítica especializada. “Low” atingiu somente a posição 122 no top da Billboard, o segundo pior da banda em toda a sua história. Mas, como nunca dei muita bola para essas “renomadas” mídias que se dizem “especializadas”, vão aqui minhas considerações gerais a respeito do álbum.
É claro que o ouvinte não deve comparar com os clássicos do passado. Mas a verdade é que “Low” é um álbum bastante coeso e pesado. Embora possa parecer que a banda incorporou influências de bandas como Machine Head ou Pantera, e pessoas teimem em dizer que o disco soa como “Groove Metal”, eu preciso discordar. Houve muito mais enfase nas guitarras, e o som está muito mais massivo, se comparado com “Souls Of Black” ou “Practice What You Preach”, por exemplo. Ouçam a faixa título ou a clássica “Shades Of War”, e entendam o que digo. Claro, pode haver alguma rejeição com faixas como “Hail Mary” ou “Chasing Fear”, mas no fundo, ainda continuam com o Thrash Metal típico do Testament.
No fim das contas, “Low” é de certa forma um álbum que não foi bem visto pela maioria dos fãs. Mas recomendo uma leitura mais apurada, pois se há algo que sempre se reinventou, esse algo foi a música. E nesse caso em específico do sexto trabalho do Testament, a coisa vale a pena ser vista e/ou ouvida.
Formação:
Chuck Billy (vocal);
Eric Peterson (guitarra);
James Murphy (guitarra);
Greg Christian (baixo);
John Tempesta (bateria).
Faixas:
01 – Low
02 – Legions (In Hiding)
03 – Hail Mary
04 – Trail Of Tears
05 – Shades Of War
06 – P.C
07 – Dog Faced Gods
08 – All I Could Bleed
09 – Urotsukidõji (instrumental)
10 – Chasing Fear
11 – Ride
12 – Last Call (instrumental)
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8/10